Na Venezuela, o partido de Nicolás Maduro vence eleições legislativas. Sendo assim, a disputa ficou marcada pelo boicote de líderes da oposição e prisões.
Maduro vence eleições em um momento de turbulência na Venezuela, que passou por uma eleição presidencial polêmica e que deixou rusgas com países vizinhos, como a Argentina e Brasil.
Como o partido de Maduro vence eleições legislativas, a política venezuelana deve seguir a visão do presidente sem muita resistência. Você entenderá como foi a eleição e o que seu resultado representa para a Venezuela e todo o resto da América do Sul.
Como Maduro vence eleições?

Nicolás Maduro é uma das figuras mais controversas da política sul americana, principalmente após a última eleição presidencial da Venezuela. Sendo assim, as novas eleições legislativas no país ficaram sob olhares regionais e internacionais.
As eleições legislativas e regionais aconteceram no dia 25 de maio de 2025, com a maioria da oposição boicotando o pleito. Além disso, houve a prisão de 70 pessoas.
Passaram 10 meses desde as eleições presidenciais onde Nicolás Maduro garantiu a reeleição de maneira polêmica. Desde então, opositores foram perseguidos, tensões com vizinhos do continente aumentaram e muito mais aconteceu na política venezuelana.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) divulgou na noite do dia 25 que o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do qual o atual presidente faz parte, venceu em 23 dos 24 estados. A única derrota foi no estado de Cojedes, que fica na região centro-oeste do país.
Dados afirmam que a taxa de participação nas eleições foi de 42%, mas a oposição questiona essas informações, alegando que os centros de votação se encontravam vazios. Dessa maneira, o PSUV teve aproximadamente 83% dos votos.
Antes da votação, o instituto Delphos realizou uma pesquisa que estimou a participação de 21 milhões de eleitores, o que equivale a 16%. As eleições legislativas e regionais são mais um capítulo na conturbada situação política da Venezuela.
Prisões nas eleições da Venezuela
O governo de Nicolás Maduro já perseguiu opositores em diversas situações, incluindo nas recentes eleições presidenciais. Portanto, nas últimas notícias do mundo hoje se destacou que no período das novas votações houve a prisão de 70 pessoas.
Entre os nomes das pessoas presas está o de Juan Pablo Guanipa, um líder opositor que é próximo de María Corina Machado, um dos principais nomes que fazem frente a Maduro.
A prisão de Juan Pablo Guanipa ocorreu na última sexta-feira, 23 de maio de 2025. A acusação é de que Guanipa integra um grupo terrorista que tinha o objetivo de sabotar as eleições de domingo.
Para a organização deste pleito, aconteceu a convocação de mais de 400 mil agentes de segurança. Isso porque, após as eleições presidenciais de 2024, os distúrbios levaram a 24 mortes e 2.400 prisões. Desde então, houve a liberação de 1.900 prisões.
Nicolás Maduro Vence Eleições para Essequibo
A disputa pelo Essequibo entre os vizinhos Guiana e Venezuela já se estende por mais de um século. Desse modo, essa é uma região rica em petróleo.
A soberania sobre o Essequibo é uma das principais questões que o governo de Nicolás Maduro defende nos últimos anos. Contudo, nas eleições legislativas do último domingo, houve a votação para eleger um representante venezuelano para a região.
Essa é a primeira vez que algo do tipo acontece na Venezuela. O governo da Guiana denunciou a atitude, mas as eleições não aconteceram dentro do território do Essequibo.
A organização da eleição para votar no representante dessa região se deu próxima à fronteira com a Guiana. Sendo assim, no fim do dia estavam eleitos conselheiros regionais, oito deputados e um governador.
O cargo de governador é apenas simbólico, pois toda a administração do Essequibo no momento acontece pelo governo guianense. Por parte da Guiana, não houve qualquer tipo de votação que reconheça a posse do venezuelano Neil Villamizar.
Os dados apontam o registro de 21.403 eleitores venezuelanos para as eleições regionais do Essequibo. Enquanto isso, a participação foi de 31% e o Neil Villamizar teve 97,40% dos votos válidos, que equivale a 4.720 votos.
O papel do Brasil
As tensões entre Venezuela e Guiana pela soberania do Essequibo não são novidade, mas escalaram nos últimos anos. Apesar das ameaças de Maduro, para uma invasão terrestre na região, a Venezuela teria que passar por território brasileiro.
Os estados brasileiros Roraima e Pará fazem fronteira com a Guiana, sendo que metade desse território tão próximo faz parte do Essequibo. Dessa forma, a passagem pela região teria grande valor estratégico para os venezuelanos.
A economia da região depende fortemente do turismo, com belíssimas paisagens. Portanto, você pode conhecer a fronteira entre Guiana e Brasil com um dos pacotes de viagem da agencia Decolar.
As regiões de Bonfim e Pacaraima são especialmente populares entre os turistas. O Monte Roraima é uma das principais atrações da região e possui acesso através dos países vizinhos.
Há também uma fazenda com lago natural na fronteira com Essequibo e pontos de venda dos tradicionais Açaí, do lado brasileiro. e de Moco Moco, pelo lado guianense.
Pelo lado do Brasil, são mais de 140 mil habitantes próximos à fronteira, sendo 37 mil deles indígenas. Além disso, a região se estende por 5 municípios de Roraima e 1 do Pará.
Uma invasão venezuelano pela fronteira com o Brasil é improvável, pois iria ferir a diplomacia entre as nações envolvidas e afetar drasticamente os habitantes da região.
O Brasil conta com 12 bases militares apenas no estado de Roraima, responsáveis pela segurança das fronteiras do Brasil. A mais próxima ao Essequibo está a apenas 50 km.
Conclusão sobre Maduro vence eleições
O momento de tensão política na Venezuela continua. Com o partido de Nicolás Maduro, o PSUV, vencendo as eleições legislativas, o atual presidente mantém sua forte influência.
Dessa vez, líderes opositores boicotaram o pleito, levando em consideração a controversa eleição presidencial onde Maduro foi reeleito. Aliás, a mídia governista e os opositores divergem quanto ao tamanho da participação popular nas eleições legislativas.
Pela primeira vez na história, aconteceram eleições regionais para eleger representantes venezuelanos no Essequibo. A administração do território é da Guiana, que disputa a soberania da região há séculos com a Venezuela.
A Guiana não reconhece quaisquer representantes venezuelanos do Essequibo, o que torna o cargo simbólico. Em meio a toda a tensão, o Brasil se mantém atento por fazer fronteira terrestre com a região.